domingo, 5 de dezembro de 2010

E aos poucos ela foi morrendo...

   
      E aos poucos ela foi morrendo...
     Um pouco a cada dia, para não ficar muito visível. Foi deixando isso e aquilo de lado; foi parando com as risadas, com os sorrisos, com o cheiro da tarde, com as manias. Foi parando com tudo. Bem devagar.
     E aos poucos ela foi morrendo...
    Foi sumindo um pouco a cada dia, foi se importando um pouco menos a cada dia, foi se perdendo um pouco a cada dia, até, quase, sumir por completo. Agora isso era como um vício: queria ir com isso até o fim, teria que ir com isso até o fim. Teria que sumir de vez. Mas bem devagar, para que ninguém notasse.
     E aos poucos ela foi morrendo...
    Os corvos foram levando o que ainda restava dela, de forma bem discreta e lenta. Foram pegando pedaços que não fizessem muita falta e a cada pedaço retirado, um sorriso vazio.
     E aos poucos ela foi morrendo...
     Suas vontades foram diminuindo, sua cabeça foi ficando mais pesada e seu corpo começava a entrar em sintonia com a sua alma, ou seja, começava a ficar morto.
     E aos poucos ela foi morrendo...




quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Perdi-me de mim




É como se, de repente, eu virasse todos os personagens sobre os quais já escrevi.
 Estou sentindo uma falta horrenda de mim mesma.
É como se eu tivesse me perdido de mim.




Music: http://www.youtube.com/watch?v=Yi0CqIeLjkQ&feature=related